sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Amor antigo

     
O amor antigo se mantem aceso sempre,
ele não cansa,
ele não envelhece...
Ele renova-se todos os dias!

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Autor: (Carlos Drummond de Andrade)  

O amor antigo na verdade não envelhece
ele renova-se a cada amanhecer...
Com mais força e mais certeza de que é amor de verdade! 

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